Querer
Diz uma canção que “querer muito é poder”. De certeza que ainda te lembras, acho que gastámos o cd de tanto a ouvirmos, a melodia que nos entrava alma dentro sem pedir licença e as palavras para sempre gravadas em mentes por vezes excessivamente racionais.
Eu sei, e tu também deves saber, que à música que cantávamos de cor só faltava um pequeno pormenor. Para poder de facto é preciso fazer. A passagem ao acto e a luta pela igualdade no mundo desigual é naturalmente difícil.
É fácil, bastante mais fácil, acomodarmo-nos, deixar que a luta que nos pertence ser tomada por outros, se bem que depois não saibamos lidar com essa perda. E as palavras são feitas de matéria etérea, “leva-as o vento”, não é?
Nascer, crescer, morrer. Este é o ciclo natural da vida, com o qual somos confrontados (mal) saídos do ventre materno. O tempo ensina que essa ordem pode ser facilmente invertida, tudo pode fugir num instante que temos de agarrar com todas as forças, pelo menos com todas as que dispomos, ás vezes superarmo-nos, resmungar com o corpo cansado que nos diz que já não aguenta mais, desafiá-lo, explorar os limites. Tudo é permitido quando é o nosso destino que está em jogo, ou a nossa felicidade.
A compensação? Por vezes basta um sorriso. E todo o esforço se contrai num só pensamento: quis muito, fiz mais e consegui. Então podes cantarolar novamente a musiquinha com a sensação que és parte integrante dela e que ela foi deita a pensar em ti....
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