sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Pensava que gostava de rosas até descobrir a tulipa



Pensava que gostava de rosas até descobrir a tulipa. Pensava que não gostava que me catalogassem até me chamarem princesa. Ou princesa Tulipa.
Pensamos muita coisa até descobrirmos que o que pensávamos é bastante mutável. Não penso que agora volte a sê-lo. Gosto mesmo de tulipas e quem um dia me alertou para tal facto não imagina o horizonte que me abriu.
Também acho piada aos amores-perfeitos. Só uma flor poderia ter tal designação.
Depois de me compararem a uma tulipa nunca mais voltei a ser rosa. Por livre arbítrio entenda-se. Podia ser qualquer coisa mas iniciei um romance com as tulipas, uma cumplicidade que não ouso quebrar.
Um dia hei-de ter como sempre desejei uma Ana Rosa. Mas a rosa Ana já não sou eu, nem podia se nunca cheguei a ser. Nem a tal aspirei.
Parece que os espinhos são domínio exclusivo das rosas. Puro engano. Todas as flores e plantas têm os espinhos que vida nelas coloca. A nossa vida. A minha em particular.
Vão-se a rosas, alegro-me com as tulipas e pico-me e magoo-me e dói-me. Não igual. É outra dor que a da rosa faz parte do passado. Esta também fará quando a curar. Ficará o gosto pela flor. Só pela flor. Sem comparações – ou alguma que me seja impossível não estabelecer…