sábado, outubro 07, 2006
sexta-feira, outubro 06, 2006
O Amor
O amor é uma palavra mas é muito mais que uma palavra – é um sentimento. É uma palavra impregnada de outras palavras e um sentimento coadunado a tantos outros sentimentos.
Se começarmos pelo básico, há dois tipos de amor, duas grandes categorias que são o amor correspondido e o amor não correspondido. A partir daqui é que tudo se complexifica. Isto porque dentro destes dois tipos de amor há muitos outros (o amor é dúbio, enorme e muito) como o amor-ódio, amor-paixão, amor-amizade, amor-filial, amor-carnal,… Mas tudo é amor-amor. E não há nada mais puro que esse amor-amor, nascido do nada, mais forte que tudo, imprevisível, exigente, lamechas, que tem tanto de bom como de ingrato. Ora nos faz atingir a plenitude da máxima felicidade como a mais funda, profunda e dolorosa tristeza.
É mais fácil falar do amor quando não se ama, porque quando se ama não temos nada a apontar ao nosso amor, mesmo as pequenas feridas por ele provocadas são envolvidas nessa imagem idolatrada, que as cura de forma quase imperceptível.
O amor adquire em primeiro lugar a forma de um sonho, uma ilusão que nos alimenta o coração desde a mais tenra idade. Por isso é que amamos, antes de tudo, a ideia de amar. De amar alguém, claro, em quem projectamos as nossas fantasias e esperanças num corpo fantasma, sem rosto nem forma, que não conhecemos senão através de nós mesmos e do nosso imaginário.
O amor é um código preenchido por qualquer pessoa como entender. Não há regras ou se as há são para serem esquecidas. É um som que reclama um eco. O discurso amoroso vem do íntimo. Muitas frases não chegam a ser ditas, detêm-se no pensamento, a língua dá um nó e tudo sai ao contrário do que se esperava.
O amor está cheio de figuras e estas encarnam as incertezas. As palavras no discurso de amor dependem de um acaso, de uma ordem arbitrária. De nada adianta ensaiar. O discurso é sempre um autêntico caos com o coração a bater mais forte que nunca.
No amor a experiência não serve de nada. É assim, começa-se sempre do zero. Sabe-se nada. Népia. Damos saltos, rimos por tudo e por nada, olhamos horas sem fim para o vazio, sonhamos acordados.
O ciúme costuma ser uma paixão totalitária, consequência directa da insegurança. Nas coisas do coração por muito democrática que seja a nossa razão, somos todos fascistas.
No amor a plenitude existe (mas aterroriza), a dor ausenta-se e avista-se a felicidade, entre um beijo, um abraço, uma cópula.
A tragicidade do amor está inexoravelmente associada ao amor. Palavras como o destino ganham grande projecção. A ideia de que o amor é algo que nos transcende, deixado aos desígnios dos deuses que são muito maiores que nós, pobres mortais, bafejados por essa imensa sorte de sentirmos algo tão puro (?!).
A verdade é que, como alguém disse, todo o amor é um engano. "Trata-se é de nos enganarmos bem…". Não me parece... mas preferia enganar-me uma vez que fosse do que nunca ter tentado...
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ana valente
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9:52:00 da tarde
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Quando
Quando te lembrares de mim, se te lembrares de mim, eu vou estar muito longe daqui. À procura do que me foge, fugindo às lágrimas que correm no rosto, correndo para delas me desencontrar.
Se alguma vez te ocorrer pensar em mim, eu já não serei aquela menina mimada. Vou estar algures por aí, se calhar mais perto de ti, a ver a felicidade a passar, buscando os estandos da felicidade, a envelhecer calmamente.
Não voltarás a ver-me aqui. A viagem faço-a pelo mundo até à terra do não-sei-onde-mas-para-sempre.
E quando te lembrares de mim, então aí, estarei morta e enterrada e tu nunca saberás quem fui e eu nunca to poderei dizer...
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ana valente
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9:38:00 da tarde
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domingo, outubro 01, 2006
Sim/Não???
Volta para mim
Dou-te o meu colo
E no teu choro
Sim?
Meu amor
Do coração
Repara:
Não quero estar só
Não?
Meu amor
Diz-me paixão
Afinal – amas-me
Sim ou não?
Publicada por
ana valente
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3:18:00 da tarde
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