Quando for grande quero ser
Têm cara e corpo de meninos mas perderam parte da infância e da adolescência em nome das dificuldades que a vida madrasta os obrigou a enfrentar.
Foram obrigados a crescer prematuramente e a entrar com afinco no complicado mundo dos adultos, que apenas deviam acompanhar na condição que a idade lhes incute.
Mas não aconteceu, e o ciclo natural da vida sofreu uma inversão. Trocaram as bonecas, os carrinhos e a bola pelo suor de um trabalho que não lhes compete, ao qual se lançam como gente grande. Como TPC carregam o cansaço de dias compridos, mãos calejadas de trabalho como ganha-pão, o corpo marcado por uma sorte que não lhes sorriu à nascença.
Para ganhar dinheiro, claro. Sustento que não paga aquilo a que se vêem forçados a abdicar e tão pouco apaga os sonhos que continuam a entrar sem licença nos seus sonhos.
Pseudo-adultos, forçados a trocar uma adolescência pacata pelo ingresso nas tarefas de quem tem responsabilidades, como ajudar ao sustento da família.
Nem sempre é essa a razão. O trabalho infantil está hoje mascarado de múltiplas formas, que extravasam os usuais abuso na construção civil, ajudantes de sapateiro, etc, etc, etc...
Ver crianças de doze, treze e catorze anos a desfilarem em cima de uma passerelle, exibindo sem pudor o corpo ainda em crescimento, sujeitas a todas as imposições que o mundo da moda obriga e implica – não engordar, fazer exercício, treinar o andar... e ainda por cima a ganharem rios de dinheiro, por uma exposição que tem tanto de atraente como de passageira. Será que também isso não é trabalho infantil? Também essas crianças não se vêem obrigadas a crescer prematuramente, exibindo corpos e caras que aparentam quase o dobro da idade que têm?
O mundo da moda é muito complicado e cada vez mais os seus limites são difíceis de definir. Não se percebe, porque é um trabalho completamente visível, a diferença nem a falta de atitude. São meninos e meninas anormais em termos de crescimento adolescente, com a agravante de que expõem o seu corpo sem pudismo e sem protecção.
Que sistema é este que condena o trabalho de uns e consente o de outros se ambos são na sua essência iguais?!?
Foram obrigados a crescer prematuramente e a entrar com afinco no complicado mundo dos adultos, que apenas deviam acompanhar na condição que a idade lhes incute.
Mas não aconteceu, e o ciclo natural da vida sofreu uma inversão. Trocaram as bonecas, os carrinhos e a bola pelo suor de um trabalho que não lhes compete, ao qual se lançam como gente grande. Como TPC carregam o cansaço de dias compridos, mãos calejadas de trabalho como ganha-pão, o corpo marcado por uma sorte que não lhes sorriu à nascença.
Para ganhar dinheiro, claro. Sustento que não paga aquilo a que se vêem forçados a abdicar e tão pouco apaga os sonhos que continuam a entrar sem licença nos seus sonhos.
Pseudo-adultos, forçados a trocar uma adolescência pacata pelo ingresso nas tarefas de quem tem responsabilidades, como ajudar ao sustento da família.
Nem sempre é essa a razão. O trabalho infantil está hoje mascarado de múltiplas formas, que extravasam os usuais abuso na construção civil, ajudantes de sapateiro, etc, etc, etc...
Ver crianças de doze, treze e catorze anos a desfilarem em cima de uma passerelle, exibindo sem pudor o corpo ainda em crescimento, sujeitas a todas as imposições que o mundo da moda obriga e implica – não engordar, fazer exercício, treinar o andar... e ainda por cima a ganharem rios de dinheiro, por uma exposição que tem tanto de atraente como de passageira. Será que também isso não é trabalho infantil? Também essas crianças não se vêem obrigadas a crescer prematuramente, exibindo corpos e caras que aparentam quase o dobro da idade que têm?
O mundo da moda é muito complicado e cada vez mais os seus limites são difíceis de definir. Não se percebe, porque é um trabalho completamente visível, a diferença nem a falta de atitude. São meninos e meninas anormais em termos de crescimento adolescente, com a agravante de que expõem o seu corpo sem pudismo e sem protecção.
Que sistema é este que condena o trabalho de uns e consente o de outros se ambos são na sua essência iguais?!?
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