segunda-feira, janeiro 07, 2008

Das cinzas levantei as asas e voei


Sinto-me uma Fénix que das cinzas renasceu e pode iniciar, melhor - dar continuidade novamente à sua vida. Porque a vida por vezes tem destas coisas - pára por instantes, dá-nos um colo onde dormimos e quando acordamos sabemos que temos de continuar. Mau grado os arranhões que ela nos possa causar há que tratá-los e levantarmo-nos de novo ainda que morrendo por dentro.
Não se inicia uma vida porque há todo um passado que não se pode apartar dela. São insígnias que nos acompanham ainda que nem lhes prestemos atenção, estão lá e fazem parte do que nos tornamos. Eu sou o que sou, fruto do que já vivi e com sede do que terei para viver. Sou em crescente aprendizagem. Sou sendo eu mesma com os traços de personalidade já marcados, sabendo o que quero e o que não quero. Ou mais ou menos. É raro termos certezas absolutas pois o mesmo seria dizer que os dias que se sucedem nada de novo nos podem trazer de frutífero ou não. Tenho certezas de algumas coisas. Todos temos. Mas em relação à vida só há uma - que um dia, não sabendo como nem porquê a morte chegará. As outras estão sujeitas a mudança.
Num ano que se inicia tudo poderia ficar igual. Tudo pode ou não. Neste campo mais pessoal eu não quero que fique tudo igual.
Entrei em auto-combustão. De noite morri. Acordei com o sol a bater-me nos olhos sem pedir licença e regressei. Sigo ou tento seguir em frente. O caminho desconhecido, a estrada, as curvas, as intersecções que me esperam e que desconheço. Sem medo. Com medo ficamos na encruzilhada. Ou enterrando o medo, se for caso de o ter, no fundo mais fundo de mim. Para que não me estorve nem me canse nem me impeça de continuar.

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